domingo, 28 de outubro de 2012

Deixo você


É isso, sei lá, mas acho que amo você. 
Amo de todas as maneiras possíveis. 
Sem pressa, como se só saber que você existe já me bastasse. 
Sem peito, como se só existisse você no mundo e eu pudesse morrer sem o seu ar. 
E por fim te amo até sem amor, como se isso tudo fosse tão grande, 
tão absurdo, que quase não é. 
Eu te amo de um jeito tão impossível que é como se eu nem te amasse. 
E aí eu desencano desse amor, de tanto que eu encano. 
Ninguém acredita:  nenhum parente, nenhum amigo, nenhum e-mail, 
nenhuma mensagem de texto, nenhum rastro, nenhuma fofoca e, 
principalmente (ou infelizmente): nem você. 
Mas eu te amo também do jeito mais óbvio de todos: 
eu te amo burra. Estúpida. Louca. Cega. E eu acredito. 
Amo você, mesmo sem você me amar. 
Amo o seu olhar e amo o nada que sempre vem depois disso. 
Amo seu nada, apenas porque o seu nada também é seu. 
Amo tanto,tanto, que te deixo em paz. 
Deixo você se virando sozinho, se dobrando sozinho. 
Virando e dobrando a sua esquina. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário